segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Hoje, tenho em mim registos de felicidade prematura, fraca, mas a nascer dentro de mim. Tenho em mim registos que me tornam alguém sujeito a certas divergências na vida. E olha a novidade, tu também estás, visto que o demente mundo em que vives é igual ao meu.
Após três anos de rascunhos e de desenvolvimento da escrita e da alma, após o começar desta página com os meus pequenos 12 anos, digo hoje que tenho 15 anos e sei que a partir de tal altura os meus princípios irão ser osterizados desta página. A partir de hoje, a tua curiosidade sobre mim só será escassa perguntando-me a mim mesma o que queres saber. A partir de hoje, como se fosse um decreto de lei, a minha vida é um enigma ainda maior do que alguma vez foi. Desculpa, mas eu hoje marco o início de algo que nunca vivi, hoje marco por excelência aos meus pais, o desejar de uma vida na qual cresci e me eduquei. Não me interessam mais memórias, já só me interessa viver e compreender cada vez melhor a realidade. Hoje tenho orgulho de ter apagado tanto sentimento de mim que aqui preservava. Sim, eu ontem fui alguém e tu também, mas hoje não sou ninguém e tu também não.
Aos meus pais, à minha irmã, aos meus gatos, e a todos os que me fizeram feliz durante 3 anos. Eu hoje sou aquilo que a vida fez de mim e eu sei quem foi que me marcou acima de tudo. E sei quem está bem guardado na minha gaveta do coração com uma anotação a dizer Não esquecer nunca.
Por isso, aproveita a vida, faz-te memorável nas outras pessoas, ama e sê amado. Daqui a um tempo o Cosmos já é todo teu e não podes deixar de aproveitar o que a terra tem para te dar. Vive rápido ou lentamente, mas... Vive. Porque um dia, o mundo não terá nada para te dar e tu nada para dar, um dia poderás não prestar e esse dia nunca poderá chegar. Viver mata, e tu tens de morrer, morre para aí, que a felicidade em causa é tua e de mais ninguém.

Maria Barbosa de Carvalho